sexta-feira, 15 de julho de 2011

Semântica – Aula 16

Boa-noite a todos!
Vamos lá?
Aula 16

Quanto à análise da sinonímia proposta por Lyons (1979), as palavras escolhidas para compor o corpus revelam-nos aspectos interessantes; já vimos que a sinonímia enquanto uma “hiponímia simétrica” comporta restrições; todavia, os termos “veículo”, “carro”, “ônibus” e “motocicleta” mostram-nos uma possibilidade de hiponímia simétrica entre os dois primeiros.

Uma leitura das definições propostas pelos dicionários escolhidos é suficiente para percebermos que “veículo” é hiperônimo de “carro”, “ônibus” e “motocicleta”; todavia, “carro” também é um hiperônimo, já que existem vários tipos diferentes de carros desde carro “alegórico” até carro “de boi” ou “de mão” (sendo que, neste último, a palavra “carro” é usada no diminutivo).

Também se pode notar nos três dicionários, nas definições propostas para “veículo”, que existe sinonímia entre “veículo” e “carro” ou “automóvel”, ou seja, um dos sinônimos de “veículo” é o termo “carro”; desse modo, podemos afirmar que, de fato, além de “veículo” ser hiperônimo de “carro”, ambos podem funcionar como hipônimos um do outro, já que ambos são hiperônimos em relação a outros termos, mas são sinônimos entre si.

É de se notar, contudo, que, mesmo nestas considerações, há outros aspectos de que não podemos prescindir: mesmo que haja sinonímia entre “carro” e “veículo” e mesmo que ambos sejam hiperônimos, o fenômeno da hiperonímia é diferente em ambos, como ocorre com “material escolar” e “lápis”, por exemplo.  Sabemos que o primeiro é hiperônimo do segundo, como também é hiperônimo de “papel”, “caneta”, “borracha”, “apontador” etc., ou seja, os hipônimos são sintagmas nominais diferentes entre si.

Já no caso de “lápis”, ele será hiperônimo de “lápis preto”, “lápis de cor”, “lápis cera”, “lápis de olho” etc.; note-se que o núcleo destes sintagmas nominais é o mesmo, ou seja, “lápis”; sendo assim, o que diferencia um sintagma do outro não é o núcleo (como os hipônimos de “material escolar”), mas um termo periférico, “marginal” (CARONE, 1991), que pode ser um sintagma preposicionado (“de cor”) ou um simples adjetivo (“cera”).

Próxima aula: Sintaxe.


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