Ensino a
Distância
Vejo o
ensino a distância no
Brasil como um desafio diário; explico-me: há que se ter em conta dois
obstáculos:
(1) o primeiro, talvez o mais fácil de
transpor — ao
menos a parte material —,
é o preço dos equipamentos e a extensão da banda larga, problemas que demandam
tempo, boa vontade, menos ganância e melhor administração do dinheiro; por esse
motivo, não creio tão democrático assim o ensino a distância;
(2) o
segundo já é mais complexo, pois diz respeito à cultura empresarial; há
instituições particulares cuja prioridade é o lucro, não a qualidade do ensino;
assim é que, em tais estabelecimentos, o ensino deixa a desejar mesmo, sobretudo porque o desejo de
lucro fácil impede os investimentos necessários — que não são pequenos — para
que sejam oferecidos bons cursos e um corpo docente qualificado.
Há que se
considerar também que não há nenhuma lei no Brasil que obrigue uma pessoa a
cursar uma Pós-Graduação; portanto, se ela o faz, há que ter consciência e
assumir a responsabilidade por suas escolhas; no entanto, presenciamos
justamente o contrário: há alunos que não leem, não se empenham, ignoram as
exigências de um curso a distância de excelência e, ainda assim, querem notas
altas e aprovação; culpam o professor pelos erros não assumidos, pela própria
incompetência em administrar seus egos e, até mesmo, pelas mazelas da
instituição de ensino.
Lamentavelmente,
há instituições cuja qualidade comprovada também não é suficiente para rejeitar
o comportamento antiético e desrespeitoso desses alunos. Ainda nessas
instituições — e em muitas outras —, percebo que noções como “ética” e “respeito ao
próximo” são tão frágeis como papel molhado. A crítica dificilmente é
bem-vinda, mesmo aquela respeitosa e cujo propósito são ajustes importantes e
necessários no pensamento do outro. Quero dizer que egos mal administrados são duro golpe na qualidade do ensino a
distância, já que estou falando especificamente desse tema, por mais
tecnologia que se tenha.
Antes de
educar a distância, é preciso, primeiro, educar,
este sim o grande desafio — dentro e fora de casa e dos computadores.
Verdade amiga Cláudia. Precisamos ensinar desde a mais tenra idade o hábito da leitura e a responsabilidade em aprender depende de cada um. Mas muitos ensinos à distancia aproveitam essa falha e oferecem servicos que deixam a desejar.
ResponderExcluirHá sim como considerar o ensino a distância como um veículo, por vezes, crítico diante das situações como as já mencionadas no texto, quanto a atenuante qualidade de ensino, os equipamentos necessários, o suporte adequado, porque acima de qualquer outro viés, esse sistema visa a educação como gestão lucrativa, o capital é mais relevante do que uma educação de qualidade.
ResponderExcluirExcelentíssimo texto Professora Cláudia Assad. Um abraço!