O melhor amigo do homem é o silêncio. Não aquele que
magoa, mas o que cala na hora certa. É fato que a raiva, além de “péssima
conselheira”, põe tudo a perder; o problema é que a fala não é como a escrita;
nesta, é possível rasgar o papel em que escrevemos aquelas palavras duras, mas
não dá para “rasgar” as palavras ditas. E estas ficam. Parece fácil falar do
outro quando sentimos raiva; acontece que a roda do tempo não para, a mesma
paisagem não permanece, as pessoas se modificam, o mundo gira e, quando menos
esperamos, lá estamos a precisar justamente daquele outro, aquele mesmo que se
tornou alvo fácil de nossas palavras impensadas. O que fazer? Nada. Primeiro,
devemos nos perdoar e procurar aprender com a experiência, isto é, aprender a calar,
pois, mesmo quando nos sentimos os únicos proprietários da verdade dos fatos,
não o somos; somos tão somente espectadores. O que nos pertence, afinal? Apenas
os nossos relatos, aquilo que falamos ou contamos. Ocorre que aquilo que
falamos hoje na hora imprópria apresentar-se-á amanhã a nos cobrar uma atitude
de humildade diante daquela pessoa que hoje nos sorri na hora que mais
precisamos de alguém. Ironias do destino? Não creio. Talvez nossa grande
professora, a VIDA, esteja apenas querendo mostrar o quanto ainda nos falta
caminhar a fim de nos tornarmos pessoas melhores.
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