ERRAR É HUMANO. REPETIR O ERRO... TAMBÉM É.
PARTE II
Toda vez que o ser humano
decide mudar, enche-se de prumo, sente-se com tamanha força e poderio, que nada
poderá abalar seu castelo de tijolos... até a primeira onda que passa e leva
tudo, leva o prumo, a força, o poderio, o rumo; deixa o desânimo. Mas não tem
problema, o cidadão, determinado, decide, já no minuto seguinte, que a mudança
começa naquele exato instante...
O que é isso, afinal?
Somos bipolares? O que importa? O ser humano sofre porque é imediatista e não
suporta a perda de sua onipotência quando vê suas decisões caindo por terra com
tanta facilidade. Mas será que tudo é lentidão? Não, claro! Você levará muito
tempo para conquistar a confiança de uma pessoa; para perdê-la, muitas vezes
bastará um único gesto infeliz.
Mas o sujeito não desiste.
A pessoa que quer se tornar um ser humano melhor vai continuar tentando um novo
recomeço toda vez que tropeçar. Leva tempo? Leva. No entanto, chegará o dia em
que as coisas começam a mudar; de repente, o sujeito repara que entre uma gafe
e outra passaram-se três dias, percebe que ia falar demais, mas se calou a
tempo; nota que aquela atitude impensada, embora fruto de algo que ainda existe
dentro de si mesmo, já não se exterioriza com tanta rapidez.
E o tempo passa; um ano
sem machucar, ao menos seriamente, outras pessoas, quando, sem mais de menos,
apresenta-se a oportunidade e lá vem aquela pérola: “nossa, como você engordou”
ou, então, “olha, conheço um excelente creme para rugas”... Pronto! Tudo de
novo? É claro que não! E todo o progresso que você já atingiu? Alguém que
esteja lendo estas palavras poderá pensar: “mas quero deixar de me sentir
infeliz quando vejo que o outro tem mais do que eu, sem merecer”, “ainda não
consigo me livrar do meu egoísmo”... Bem, o merecimento é uma daquelas coisas
que passa pelo crivo do nosso julgamento torto, afinal quem sabe da sua vida é
você e tenha a certeza de que quem sabe da vida do outro é o outro. Você está
no lugar certo, na hora certa e com as pessoas certas para crescer.
Passará a vida começando e
recomeçando e é justamente esse movimento de idas e vindas que o torna tão
especial, porque, assim como a infância, os velhos erros vão ficando para trás.
Há aqueles que passam pela vida por cima de tudo e todos; são como tratores
desgovernados que, infelizmente, ainda não se deram conta de como é fantástica
a vida daquele que erra e tenta acertar e continua tentando e nunca desiste
porque um dia, entre um ir e vir e outro, vai acordar e perceber que aqueles
erros, aquele jeito de ser, aquele pessimismo, nada disso mais faz parte de sua
vida. Cometerá novos erros? Claro! Mas já terá maturidade e têmpera suficientes
para não alimentá-los e, o mais importante, repará-los, mas isso já é outra história...
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