sexta-feira, 24 de junho de 2011

Semântica...

Boa-noite a todos!
Vamos continuar?
Para o terceiro critério proposto, vamos usar um exemplo extraído da pragmática; Watzlawick, Beavin e Jackson (1967), em sua Pragmática da Comunicação Humana, já nos ressaltam a necessidade intrínseca do homem de ser confirmado pelo outro, no processo de interação. Em um tal contexto, o homem, que é um ser, por excelência, social e do discurso, constrói sua identidade pela via da linguagem, que o instaura em sua condição de ser.

Portanto, usar essa mesma via para retirar-lhe as "âncoras" é o mesmo que negá-lo, desconfirmá-lo ou, por outras palavras, atirá-lo à sombra do discurso junto com toda a sua bagagem linguística prévia, sua cultura, sua raça, enfim, relegá-lo à condição de não-ser.

Segundo Houaiss (2001), aquele que nega “recusa-se a admitir” a existência de algo, o que nos mostra que o verbo “negar” (palavra do corpus) implica maior emotividade [e também intensidade!] que “rejeitar” (palavra do corpus), porque, para rejeitar, é preciso primeiro admitir a existência daquilo que se está rejeitando, o que não acontece quando se nega.

Naturalmente, trata-se aqui de um contexto bem específico; sendo assim, em outras situações, a negação implicará necessariamente a existência de algo; por exemplo, quando alguém nega que disse determinadas palavras, é preciso reconhecer primeiro que tais palavras foram ditas. Tudo isto nos vai mostrando que, na tessitura da sinonímia, praticamente não há espaço para o isolamento das palavras.

Próxima aula: sintaxe.

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